:: A importância da participação na gestão da escola
Em primeiro lugar, uma das condições básicas para qualquer mudança é a participação ativa e responsável de todos na gestão da vida escolar – educadores, alunos, funcionários, pais e comunidade local. A escola pode ser um espaço público privilegiado no qual é possível dar opinião, ouvir outras idéias, discutir, estabelecer ações coletivas.
Em quais espaços e situações essa participação pode acontecer? Pensemos no Projeto de Escola ( clique aqui e saiba mais sobre esse assunto). Como tem sido elaborado na sua escola? Quem participa dessa elaboração? Os pais dos alunos, os funcionários e os alunos participam?
A porta de entrada principal de participação é o Conselho de Escola, além do Grêmio, Associação de Pais e Mestres, Caixa Escolar. Entretanto, muitas escolas ainda não têm a experiência da participação da comunidade escolar nessas diferentes instâncias, pois, tradicionalmente, os pais e funcionários e mesmo os alunos são chamados para ajudar apenas em comemorações como festa junina, formatura e outras festas que arrecadam dinheiro. Só se aprende a participar, participando. (Consulte também o subtema Cidadania: diferentes significados)
No que diz respeito à gestão da escola, essa participação é um desafio uma vez que necessita ser organizada, planejada e acompanhada com atenção e cuidado pelos educadores. Ela não acontece em uma única reunião, mas ao longo de um processo de convivência entre pessoas. Isso vale inclusive para pequenas decisões, como combinar com os alunos de 1ª a 4ª série (pode ser com os representantes de classe) quem joga bola no recreio, em que dias e que regras valem para esse recreio.
O resultado desse processo de participação geralmente é muito animador. Ele deve sempre ser avaliado pelo grupo, retomado e redirecionado a cada etapa. Um exemplo desse fato é a diferença entre uma escola que faz um Estatuto ou Regimento burocraticamente, apenas para cumprir uma exigência legal, e uma escola que elabora a sua "Constituição" num processo amplo de discussão e troca de experiências, contando com a participação da comunidade escolar.
É importante pensar nas conseqüências desses dois processos – um meramente burocrático e outro participativo. O primeiro pode ser mais fácil, mais simples de ser concluído, porém o resultado fica restrito ao texto do papel. O segundo, embora mais difícil de ser executado, pelo tempo exigido e complexidade da organização, é formador de atitudes e seu resultado é a expressão dos diferentes setores da escola.
A formação do cidadão requer da escola um compromisso com a construção de condições que garantam aos alunos a possibilidade de participar plenamente da vida pública da escola, que deve ser vivida como tal por todos que dela fazem parte.

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